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terça-feira, 26 de abril de 2011

500 days of summer



Num acto de oportunismo puro decidi ocupar o sofá da minha sala e rever a programação de todos os canais. Quando chego aos canais de cinema, noto que dentro de 20 minutos vai passar 500 days of summer, e recordo uma voz amiga que me diz "tens que ver esse filme" ao que respondo cerca de dois meses depois "vamos lá.

O filme é dirigido com muita destreza pelo estreante em filmes Mark Webb, cuja notoriedade vai ser alcançada com certeza através das futuras sequelas do Homem Aranha.

O filme conta uma história de amor, que desperta quando Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) está em uma em reunião com o seu chefe, Vance (Clark Gregg) é supreendido pela sua nova assistente, Summer Finn (Zooey Deschanel). Tom   impressionado com sua beleza, estabelece para si um prazo de duas semanas para tentar estabelecer um contacto com a sua nova colega.




Sua grande oportunidade surge quando seu melhor amigo o convida a ir a um karaokê, onde os colegas de trabalho costumam ir.

  Tom encontra Summer..

Eles  cantam e conversam, cantam e conversam e voltar a conversar e a cantar sobre  amor, dando início a um relacionamento pouco definido, sem arames nem fios condutores.

Uma das grandes genialidades dos guionistas e do director, foi não contar a história de forma linear. Obrigando o espectador a visitar e revisitar  dias chaves da relação, tentando entender alguns porquês assim como  mostrar as inúmeras  diferenças latentes entre os sentimentos e as ações que envolviam os dois protagonistas.



O filme não se prende a ser apenas uma comédia romântica tradicional. Não força o "final feliz"e a narração  ajuda a dar um clima interessante.

A sintonia entre os dois protagonistas é simultaneamente apaixonante como desoladora


  Este  filme rendeu ainda duas nomeações  nos Globo de Ouro de 201, melhor filme e o de melhor actor de comédia.


No final das contas 500 dias com ela é um filme muito interessante que fala de amor de uma forma diferente e num ritmo diferente. Aproxima o amor tal qual como nós o ouvimos, sentimos e experimentamos.  Conta com uma dupla de protagonistas sensasional , e conta ainda com uma direcção muito segura e em especial com uma banda sonora sensacional. Deve agradar aos fãs de comédias e comédias românticas, assim como fãs de outros géneros, pois o filme foge dos clichês apesar de cair neles, individualiza o amor e mostra como o amor é das coisas mais acutilantes da vida mas mesmo assim necessário.






segunda-feira, 11 de abril de 2011

Segundo andar direito (Sérgio Godinho)

Ele vinte anos, e ela dezoito
e há cinco dias sem trocarem palavra
lembrando as zangas que um só beijo curava
e esta história começa no instante
em que o homem empurra a porta pesada
e entra no quarto onde a mulher está deitada
a dormir de um sono ligeiro

E no quarto, às cegas,
o escuro abraça-o como que a um companheiro
que se conhece pelo tocar e pelo o cheiro
e é o ruído que o chão faz que lhe traz
o gosto ao quarto depois de uma ruptura
faz-lhe sentir que entre os dois algo ainda dura
dos dias em que um beijo bastava

E agora, da cama
vem uma voz que diz sussurrando: És tu?
e a luz acende-se sobre um braço nu
e a mulher pergunta: A que vens agora?
é que não sei se reparaste na hora
deixa dormir quem quer dormir, vai-te embora
amanhã tenho de ir trabalhar

Não fales, que o bébé ainda acorda
não grites, que o vizinho ainda acorda
e não me olhes, que o amor ainda acorda
deixa-o dormir, o nosso amor, um bocadinho mais
deixa-o dormir, que viveu dias tão brutais

E o homem de pé
parece um rapazinho a ver se compreende
e grita e diz que ele também não se vende
que quer a paz mas de outra maneira
e nem que essa noite fosse a derradeira
veio afirmar quer ela queira ou não queira
que os dois ainda têm muito que aprender
Se temos?! diz ela
mas o problema não é só de aprender
é saber a partir daí que fazer
e o homem diz: Que queres que eu responda?
Não estamos no mesmo comprimento de onda?
Tu a mandares-me esse sorriso à Gioconda
e eu com ar de filme americano

Somos tão novos, diz o homem
e agora é a vez de a mulher se impacientar
essa frase já começa a tresandar
é que não é só uma questão de idade
o amor não é o bilhete de identidade
é eu ou tu, seja quem for, ter vontade
de mudar ou deixar mudar

Não fales,?

E assim se ouviu
pela noite fora os dois amantes falar
e o que não vi só tive que imaginar
é preciso explicar que sou eu o vizinho
e à noite vivo neste quarto sozinho
corpo cansado e cabeça em desalinho
e o prédio inteiro nos meus ouvidos

Veio a manhã e diziam
telefona ao teu patrão, diz que hoje não vais
que viveste uns dias assim tão brutais
e que precisas de convalescença
sei lá, inventa qualquer coisa, uma doença
mete um atestado ou pede licença
sem prazo nem vencimento, se preciso for 


(Espero que não seja preciso, porque não
sei como é que eles vão viver sem os dois salários?)


Vá fala, que o bebé está acordado
o vizinho deve estar já acordado
e o amor, pronto, também está acordado
mas tem cuidado, trata-o bem
muito bem, de mansinho
que ainda agora vai pisar outro caminho.


quarta-feira, 30 de março de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

(sem nome)

"Tu trabalhas aqui?

- Toda gente tem que trabalhar, não é? Eu arranjei um bom trabalho, passeio e conheço pessoas novas. Quem quer bons trabalhos arranja-os, não é?

- E como arranjaste este trabalho?

- Foi fácil. Foste tu, o cenário é teu e eu faço parte dele

- Eu?

- Ainda não percebeste,o que estás aqui a fazer e como vieste aqui parar?

- Não, nem por isso.

- Não vou estragar isso então. Deixo isso o genérico final, juntamente com uma banda sonora especialmente temperada com muitas lágrimas de despedida. O próximo vai ser muito divertido... o homem que sabe tudo, desafio-te acabar as frases com ele, é uma batalha perdida.

- É mal disposto?

-Não sei se percebi essa tua associação mas não, nada disso, muito pelo contrário é muito divertido.  Imagina o que é  falar com um espelho. Antes de acrescentares uma vírgula à ideia já sabes como será o ponto final. Não há improvisos.... a fala secou e mente gelou. 

- Porquê?

- Porque ele simplesmente sabe tudo.

Calei-me, percebi que não iria saber muito mais pelo bola de pelo. Sabe tudo….já vamos testar isso. Ninguém pode saber tudo. Quem é que consegue olhar para si e definir-se com um total rigor? Nem com ajuda de um compasso podemos definir com rigor aquilo que está na nossa periferia.  

E lá estávamos nós, regados com o luar à procura do tal sabichão. A fome apertava...sabíamos que tínhamos os passos contados, eventualmente a fome iria acabar com a nossa a marcha. Subimos a uma árvore e pedimos emprestadas umas maças enquanto apelávamos a entidades superiores o requinte de uma bela refeição. Contudo as preces não foram ouvidas, perderam-se pelo caminho e assumimos derrota... lá terá que ser o fruto do pecado. E com esta resignação contraiamos quase dois mil anos de saberes... o fruto proibido nem sempre é o mais apetecido. Descansamos abraçados por uma fogueira, ali plantada pela imaginação. O Gomo adormeceu assim que paramos, fiquei na minha companhia... e como o sono tardava em aparecer decidi convidar as dúvidas do momento e apresenta-las à excitação do dia para passarmos uma bela soirée improvisada .

Quem seria esse tal homem? Será que ele sabe mesmo tudo? Mas tudo? Tudo de quê? De história? De matemática? De quê?

Foi então, que uma mão pôs um súbito término a toda a minha actividade mental.
-Olá

-Quem és tu? O que queres?-respondi assustado.

-Calma. Está tudo bem.

- Tu és…

- Sim, sou eu.

- Então tu é que …

- Sei tudo, sim é verdade. Isto algum dia tinha que começar, eu simplesmente fiz o possível para isso.

- Não me deixas…

- Acabar as frases, é um vício antigo, desculpa.

Era incrível, mas não preciso de falar mais, eu sabia quem ela era. Debrucei-me então na resposta…
- Tu és mesmo...

- O fruto proibido nem sempre é o mais apetecido.

- Um espelho... tu existes.

- Escolhi a maça mas podia ser uma banana ou uma pêra.

- Sim é verdade,eu existo com ou mais força, sem fé com pouca fé ou com sacrifício, sou eu.
 Só existo porque tu existes, a tua vida prolonga a minha eternidade. No dia em que eu acabar deixará de existir a palavra eternidade nos dicionários, não fará sentido será uma...
- Hipocrisia pegada.

- Sim, uma hipocrisia pegada, o fim do mundo. 

- És mesmo um espelho.

- E já te vi espremer muita borbulha nele. "


Foi a primeia história que contei alguém, comecei a escrever isto paí com 14 anos e acabei por volta dos 18.
Pode ser lida na edição deste mês da revista 365.

É a minha segundo texto publicado ehehe.

Estou aberto a possíveis títulos





IMDb à portuguesa

E se Hollywood fosse já li na Serra de Valongo

E se os Oscars fossem já ali no Coliseu dos Recreios

Era incrível, não era? A principal industria cinematográfica é portuguesa. Todos os blockbusters eram protagonizados e realizados pelo o povo lusitano.

Eis o que veríamos no IMDb:

O Cavaleiro das Trevas (2008)

Batman, Gordon e Harvey Dent são forçados a lidar com o caos desencadeado por uma mente anarquista conhecida apenas como o Joker, em cada desafio é testado os seus limites.




Ivo Canelas:
Batman/Bruce Wayne










Paulo Pires:
Harvey Dent










Diogo Morgado:
Joker










Ruy de Carvalho:
Alfred








 Soraia Chaves:
Rachel







Joaquim Monchique:
Lucius Fox








Fernando Mendes:
Gordon










Gotham City seria o Entroncamento

















O gato da piela



O físico teórico austríaco Erwin Schrödinger apresentou em 1935, na revista alemã Naturwissenschaften ("Ciências Naturais"), o seu teorema do gato, teorema esse que eu considero aplicável, na sua plenitude, ao consumo de álcool.

A experiência consistia no seguinte:

Um gato é preso dentro de uma câmara de aço.

Dentro dessa caixa encontra-se um contador geiger, com o qual o gato não pode interferir, e que contacta com uma pequena quantidade de substância radioactiva.

No espaço de uma hora, um dos átomos pode decair mas, com a mesma probabilidade, pode nenhum deles decair.

Se decair, liberta-se um martelo que quebra um pequeno frasco de ácido cianídrico e o gato morre. Enquanto isso não acontecer, o gato vive.

Em cada hora o gato tem 50% de hipóteses de se safar.

Para quem está no exterior da caixa, é impossível afirmar, sem a abrir, que o gato está morto ou que está vivo.

O que a mecânica quântica afirma é que, se ninguém olhar para o interior da caixa, o gato encontrar-se-á numa sobreposição dos dois estados possíveis: vivo e morto.

Só se supera essa dúvida com uma medida: a abertura da caixa.

O que pareceu absurdo a Albert Einstein, faz todo o sentido para mim, quando aplicado à bebedeira. Senão vejamos:

Imaginem que vão numa segunda-feira à noite à Ribeira. Toda a gente sabe que nessa noite, pela conta certa de 5 euros, vos facilitam dois baldes de meio litro de vodka manhosa capaz de vos pôr de rastos.

Agora imaginem que são 2 da manhã e acabaram de mamar o terceiro balde.

‘Tou on fire!, pensam vocês. Não pensamos sempre?

Pois bem, a substância perigosa já está no organismo.

O gato somos nós, obviamente.

O contador é a facilidade com que cada um vomita.

Na primeira hora que se segue ao terceiro balde, o gato brinca, salta e arranha até, por vezes.

Mas na segunda hora, a vodka traiçoeira começa a fazer das suas.

Começamos a nossa sobreposição.

Sente-se o álcool a bater e os refluxos surgem.

Nas 2 horas seguintes, há 50% de hipóteses de essa ser a maior noite da vossa vida ou a noite em que vomitaram como nunca e em que, mesmo não sendo crentes, rezaram para que vos safassem daquela.

No decurso dessas 2 horas, há 50% de hipóteses de passar de herói daquela noite a gajo triste daquela noite.

50% de hipóteses de no dia seguinte se ter uma ressaca fixe ou uma ressaca de arrependimento.

E nessas duas horas somos incapazes de afirmar se estamos no ponto máximo da bebedeira fixe ou no ponto em que a bebedeira vai fazer virar o barco.

Nessas duas horas estamos inconscientemente nesse tormento de incerteza que só se exprime fisicamente.

Mas até o martelo quebrar o frasco do veneno, na sua tentativa de vos humilhar junto ao rio, uma coisa é certa: somos uns gatos felizes.

Miau para todos

domingo, 27 de março de 2011

Vozes da rádio



Uma canta ao menino o outro à menina, métricas algo complexas, mensagens pueris, buscas interiores, vozes de bagaço...oh vida, oh amarras

Seios e seios

Impossível ficar alheio a estas semelhanças.



quinta-feira, 24 de março de 2011

Mulholland Drive, finalmente cheguei lá...acho eu

Toda a obra de arte é passível de obter interpretações distintas pelo simples facto de que não existem dois seres humanos iguais.
Para mim uma obra é arte quando apela à subjectividade, desafia o intelecto e, embora seja mais "imediato" ou actualmente mais "comum" que isso aconteça com algo como uma música ou um quadro, quando esse desafio surge num filme é porque algo extraordinário foi criado.
Revi ontem (obrigado canal Hollywood) uma das minhas obras de arte favoritas, o filme Mulholland Drive de David Lynch, e, num acto que nada tem de original, decidi vê-lo com vista a elaborar interpretação pessoal do que será realmente a história do filme.
À partida é bastante fácil de se perceber que ao longo do filme a linha temporal está toda trocada mas é a atenção a pequenos pormenores que nos vão conseguindo situar.
Tudo o que vou escrever agora será apenas a minha interpretação, e, caso ainda não tenham visto o filme aconselho a não ler este post até o fazerem mas aconselho sim a depois voltar para comparar o que o filme vos fez entender.

Realidade...

Embora ao longo do filme seja possível ir desconfiando disto ou daquilo é na cena do jantar em casa do realizador Adam Kesher que praticamente a totalidade do background das personagens é revelado. A actriz Diane Sellwyn é convidada, num acto de sadismo e tortura sentimental, pela actriz Camilla Rhodes, com quem está sentimentalmente envolvida embora o sentimento não seja mútuo, para assistir ao pedido de casamento por parte de Adam a Camilla. De uma maneira forçada repete continuamente actos de afecto com vista a massacrar Diane. É também neste jantar que se sabe que Diane Sellwyn é uma jovem canadiana que ganhou um concurso de dança e que foi para Los Angeles para tentar ser actriz com 50.000 dólares deixados em herança por uam tia. Daqui se tiram alguns sinais importantes:
  1. A curva, em Mulholland Dr., onde posteriormente acontece o acidente, é na verdade a mesma da casa de Adam
  2. Diane vai para lá na mesma limusine do acidente, onde é recebida por Camilla
  3. Os 50.000 dolares são os mesmos que aparecem na mala de Camilla
  4. É aqui que aparecem a actriz loira que beija Camilla, o Cowboy e Coco (a mãe de Adam).
  5. A cena inicial do filme em que vemos vários adultos a dançar representa o concurso que Diane ganhou
  6. A mãe de Adam diz-lhe: "Chama-me Coco, é o que todos me chamam"
Depois do anúnciar do casamento é fácil ver o ódio no rosto de Diane.
Um olhar de tristeza e desilusão preenchem a sua cara, o ambiente da sua casa é quase decadente e pesado, a sua roupa um pouco ordinária, a maquilhagem borrada, o que nos mostra que para além do amor não correspondido, Diane a inveja também o facto de Camilla singrar como actriz principal ficando ela apenas renegada a personagens secundárias, como na cena em que está num cenário distante, acentuando uma ideia de frustração por parte das pessoas que vêm para Los Angeles para tentar entrar no mundo do cinema sem grande sucesso.

Ferida sentimentalmente Diane encontra-se com um assassino num restaurante, em que são atendidos por uma empregada angelical e bastante simpática de seu nome Betty, e contrata-o para matar Camilla. Este diz que lhe aparecerá em casa uma chave azul quando o assassinato for concretizado o que é mais uma marco temporal pois existem cenas em que a chave está em cima da mesa e outras em que ainda não.

Ao regressar a casa Diane, corrompida pelo arrependimento, deita-se agitada e com uma respiração ofegante, deita a cabeça na almofada para dormir (logo na cena inicial do filme depois da dança).

É aqui que começa o sonho.

Diane adormece...

Todos nós já tivemos sonhos em que colamos bocados do nosso dia a dia, frases, imagens, sítios pessoas, do que pensamos das pessoas, etc... e David Lynch concretiza com genialidade esse fenómeno tão comum mas ao mesmo tempo tão intrigante.
Diane adormece então e começa com um sonho...

Chega a Los Angeles para se tornar actriz. Encontra um casal de idosos cuja mulher a tinha acompanhado durante a viagem e com quem parece ter criado enorme empatia. Eles desejam-lhe sorte. Esta situação representa aquele cliché de que se uma pessoa de idade, estranha, gosta de nós é por que afinal nós somos boas pessoas, dotadas ainda de uma inocência quase-infantil que nos torna merecedores do afecto maternal de alguém que se assemelha às nossas avós.

No seu sonho Diane é "Betty", personificando a doçura e simpatia da figura da empregada do Winkies, ou pelo menos o desejo de tal.

Ao ter-se deitado agitada e com um grave sentimento de arrependimento é normal que Diane tenha sonhado com um cenário em que a Camilla se safou do assassinato, representado pela tentativa falhada de homicídio na Mulholland Dr. que culmina um acidente trágico em que a única sobrevivente é uma Camilla mnésica e frágil que foge para a cidade e se refugia em casa da tia de Diane (ou "Betty").

"Betty" chega a casa da sua tia, que foi fazer cinema para o Canadá, e lá encontra Camilla no banho a quem tenta depois ajudar a descobrir quem é. Algumas ligações com a vida real aparecem neste sonho:
  • A responsável pelos apartamentos é Coco (mãe de Adam) que utiliza a mesma expressão «Chama-me Coco, é o que todos me chamam»
  • Na mala de Camilla existem os 50.000 dólares que foi o que Diane ganhou no concurso de dança
  • Também existe uma chave azul dentro da sua mala
  • "Betty" ao tentar ligar para si própria ouve a sua voz no atendedor de chamadas.
Na sua busca pela identidade de Camilla, "Betty" encontra-se a ela própria, morta numa cama, como que a romper com aquilo que era anteriormente e é-lhe dito, por uma vizinha que é na verdade a sua namorada fora do sonho, que Diane estava desaparecida e que tinham trocado de casa. Esta também pode ser uma imagem metafórica de que, para Diane, estar sem a Camilla é o mesmo que estar morta ou então um desejo de observar o sofrimento de Camilla ao vê-la morta constatando que a perdeu definitivamente.

Neste sonho o ódio por Adam Kesher é materializado pelos inúmeros infortúnios que lhe acontecem ao longo do dia. No fundo foi ele quem lhe roubou a sua amada. Desde uma incrível trama com uma máfia irreal de Hollywood que lhe destrói a vida até ao facto de mesmo a insignificante rapariga loira que beija Camilla no jantar ser a escolha obrigatória para o seu filme. Diane, ou "Betty", portadora de um grande talento no sonho, que na verdade reflecte a frustração real de ser uma actriz falhada, é mais uma vez posta de lado até mesmo por uma rapariga que na vida real tem o direito de beijar Camilla, direito esse que lhe é privado durante o jantar.

O assassino também é ridicularizado pois passa por uma série de homicídios desastrados que reflectem um desejo de que ele, na vida real, não tenha sido capaz de concretizar o assassinato de Camilla.

Surge então no sonho uma relação amorosa quase perfeita entre "Betty" e Camilla até que chegam ao "Clube Silêncio". É aqui, para mim, que se percebe que se está num sonho. Ouve-se que nada do que parece o é, e que nada do que está a ser ouvido, ou contado, existe dessa maneira. São coisas que já existem...é uma gravação da realidade.
É neste Clube que se ouve Rebecca del Rio a cantar Llorando o que fecha o ciclo:

(...)
Llorando por tu amor
Luego de tu adiós sentí todo mi dolor.
Sola y llorando,
Llorando
(...)

Esta música representa o momento em que "Betty" percebe que perdeu realmente Camilla. Este facto o passar da realidade para o sonho faz com que "Betty" entre num choro quase doentio pois é o adquirir da consciência de perda.

Então "Betty" desaparece, e Camilla abre a caixa e Diane acorda do seu sonho atormentada por alguém que bate à porta e pelo casal de idosos, que no fundo representam a sua consciência, a rirem-se dela.

Diane acorda...

Ao acordar Diane está em casa.
Aqui a sua namorada real, aquela que misteriosamente tinha trocado de apartamento com ela no sonho, entra em casa para levar um caixote com as suas coisas e vê-se claramente que existiu uma separação, provavelmente devido à relação de Diane com Camilla. Um dos objectos que ela leva é um cinzeiro em forma de piano que é mais um dos marcos temporais do filme pois em cenas anteriores o cinzeiro está ainda presente.

A chave encontra-se em cima da mesa o que indica que isto acontece depois do assassinato ter sido efectuado.

Basicamente, segundo esta minha interpretação, a primeira cena é real, o resto é um sonho, e culmina com a frustração e o peso na consciência de Diane depois de acordar.

Pode ser assim, ou não, mas no fundo o fantástico deste filme é mesmo isso. Por mais pessoas que fale sobre este filme diversas são as explicações possíveis para o mesmo. Porque cada pessoa é diferente e a arte é isso mesmo.

Entretanto caso tenham algo a acrescentar ou outra teoria sobre o MD não hesitem em comentar!
 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Fenómeno "Justin Bieber" - Será realmente algo inaudito?

Pois é...será que o "Justin Bieberismo é algo tão novo assim?

Estamos em 2011, e as music charts são dominadas por uma vozinha de puberbade inacabada. Refiro-me a quem? À galinha cantora mais famosa do mundo, Justin Bieber, claro.

Parece ser um facto inquestionável que, mais do que a música em si (se é que podemos chamar a guinchos misturados com batidas e letras sobre conquistar raparigas quando ainda nem sequer temos pelos púbicos música) estamos perante um fenómeno cultural, social. As fãs amontoam-se para ver o "pequeno prodígio" actuar, e mesmo o seu corte de cabelo se tornou uma imagem de marca, cobiçada por muitos.

Perante toda esta situação, levanta-se a questão....afinal, será isto algo inovador, nunca antes visto? Que fenómeno é este que assola a geração da junventude? Como será que este querubim tem tanto sucesso assim?

Respondendo à primeira questão, de facto, não, não é algo inovador. Concerteza toda a gente se lembra do nosso Saúl. A perfeita comparação! Ora vejamos:

- Guincham quando estão a cantar;

- Ainda nem sequer têm pelos púbicos; (O Saúl já tinha algum pelo no peito, marca da sua descendência lusitana)

- Compõem música cuja letra explica como estes se dedicam a fazer coisas impróprias com outras jovens, de uma forma mais ou menos explícita;

Agora, relativamente às outras questões, já tenho mais alguma dificuldade em responder. Talvez gostamos de tudo o que seja pequenino ("O que é pequenino tem graça", já diz o povo). Mas se as semelhanças não acabarem por aí, pode ser que daqui a uns anos tenhamos o Justin Bieber a aparecer num dos programas matinais dos nossos canais televisivos, a falar com o Goucha (por exemplo) e a dizer-lhe que está a viver com a sua namorada, à espera de filho (com 19 anitos) e que os pais dele fugiram-lhe com o dinheiro todo para o estrangeiro.

Semelhanças? Mais do que aquelas que a vista deixa alcançar! Pensemos nisto, enquanto comemos uma broinha com bacalhau e ouvimos a multipremiada música "Baby".

domingo, 20 de março de 2011

Boémias de Vilão


"Os 23 são os novos 60, pelo menos é assim que eu sinto”

Acabamos o curso, arranjamos trabalho empenhamo-nos nas respectivas relações e deixamo-nos ali no cadeirão até que a morte chegue. Era assim em 74, era assim que se fazia em 98… mas hoje em dia não. Isso é impossível.

É impossível viver uma terceira idade antecipada de um modo confortável, com esta crise toda… adeus casa e adeus trabalho… e cuidado não vale pena sonhar muito, a qualquer altura corremos o risco de até isso ser hipotecado.

Qual é então a única coisa que podemos controlar? Qual é? Pois é a …relação estável.
E foi exactamente isso que eu fiz.         

Pensei para mim “estou na altura de acalmar a assentar de vez”. O tempo faz isto nos homens, à medida que a barriga cresce nós ficamos mais metafísico, ao contrário da mulher que nasce já com o poder da sensibilidade, ao qual eu carinhosamente chamo de Gandalf. Por exemplo ontem fui buscar o meu irmão ao infantário, estavam ali no banco sentado à espera, quando reparo que está  um casal de miúdos de 4 anos a tagarelar mesmo à minha frente… 

Ela- vamos parar com isto, não pela estarmos com tretas nós gostamos um do outro, eu estou preparada

Ele- Está a dar a vila moleza

Ela- Porque é que não casamos?

Ele- Quero fazer xixi

Ela- A vida um dia vai te castigar

Fique boquiaberto, e aposto com qualquer um que aquela miúda de certeza que já tem o período. Mas este exemplo foi só para provar que as mulheres estão sempre prontas para assentar.

Os homens nunca estão prontos para o próximo passo, nunca. Os homens nunca estão preparados para assentar…senhoras os homens simplesmente rendem-se às exigências. Meus senhores é uma questão de tempo até estarem sentados no sofá ao lado da vossa Lady a ver o resumo semanal do “Biggest Loser” num domingo solarengo.
 Está na nossa natureza…enche-nos a barriga?…então nós ficamos.

Os homens tem que assentar,  a curva natural do tempo cria uma necessidade no sexo masculino de arranjar uma relação estável e segura de modo a que este possa passar os fins-de-semana com a mesma calça de fato de treino, é uma urgência. As mulher têm o relógio maternal, nós temos as 48 horas badalhocas. 

Nenhum de nós quer ser aquele velhote encostado ao bar de uma discoteca com a camisa aberta até ao umbigo e com um chapéu de cowboy, nenhum de nós quer ser essa personagem que tanta vez se avista na vida nocturna das cidades. Qualquer discoteca tem um exemplar dessa espécie, é uma exemplar facilmente verificável …lanço-vos o desafio.

Mas até o homem chegar a essa conclusão, que realmente quer assentar... passa por um processo longo e constrangedor.

De um lado temos a “relação”: a partilha, o crescer junto, os filhos, os planos, o almoço de domingo… a coisa mais bonita de se viver. E nós sabemos isso, sabemos que é a escolha mais acertada de se fazer.
Mas do outro lado temos “os novos engates”: levantam o ego, não se chateiam se vais apanhar um granda jarda com os teus amigos, não te telefonam, não exigem mensagens de manhã à noite… e o melhor: sexo sem compromisso.

Mas amigos temos que pensar a longo prazo. Dizem que a vida é curta… não é, meus amigos, não é. Principalmente se acordamos todos os dias de manhã ao lado da escolha errada.

E com isso, deixo aqui o meu contributo a todo o homem perdido no mundo.

Aqui estão três perguntas que todo o homem deve fazer antes de trair ou na escolha da mulher perfeita

1.      Olha bem para ela. se tu adoeceres ela vai tomar conta de ti?
2.      Se estiveres com fome, ela vai-se levantar do sofá e fazer uma tosta mista?
3.      Se tiveres um filho, ela vai ensina-lo a ler, a gaja parece-te minimamente inteligente?


Se o resultado é negativo negativas:

MEU O QUE É QUE ESTÁS AÍ A FAZER? VAI PARA CASA E RECICLA.

Senhores e senhoras é este o grande segredo de uma boa relação: A RECICLAGEM. Tornar o inútil em útil, transformem constantemente a vossa relação.

A reciclagem é um processo demorado e dispendioso, mas vale a pena… e dá para poupar dinheiro



Boas relações….




sexta-feira, 18 de março de 2011

Togetherville a nova aposta de Disney

Togetherville é a nova rede social da Disney dedicada às crianças dos 6 aos 13 anos. A rede infantil permite a interação entre as crianças e os colegas de escola e os familiares e alguns pedófilos, claro estes gajos não podiam faltar a um evento destes. Quem controla tudo são os pais, incluindo os amigos e a vizinhança dos seus filhos na Internet. 

Aqui não há mensagens de chats privadas, não há informação sobre as crianças disponível, o acesso é feito através dos pais, logo o Togetherville é um sítio seguro e permite aos mais velhos ficarem a saber mais sobre as actividades e preferências dos seus filhos. 
Os jogos da rede, que está integrada completamente no Facebook, estimulam a criatividade e desafiam as crianças e até têm um jogo onde são entregues insígnias (ou“badges”) para os que tem bom comportamento, tanto online quanto off-line. A Disney começa a ser cada vez mais o braço direito da arte se ser pai.

O grande trunfo deste rede social está em disponibilizar mensalmente os seus grandes clássicos, que reforçaram a fama desta grande empresa, tais como Rei Leão, Bambi ou Toy Story.

A Walt Disney junta assim ao seu império o mundo das redes sociais.


Aqui fica uma pequena fatia do império Disney:
  1. Marvel
  2. Os mais conhecidos estúdios de Hollywood como a Buenavista e a Miramax
  3. ABC broadcast
  4. Disney Channel
  5. ESPN
  6. ABC Family
...11 parques temáticos espalhados pelo mundo e as vendas associadas ao merchandising dos seu produtos.






quinta-feira, 17 de março de 2011

No mesmo sítio é ? É impossivél

Quem viu estes seres na mesma sala de estar ou quarto de banho?

Ofereço uma cerveja a que os viu





Artur Jorge (na esquerda) antiga glória do F.C.P. Na direita Super Mário canalizador italiano tem como inimigo principal um dinossauro com uma carapaça (transformismo).
A primeira vítima conhecida de Chernobyl
  
Doraemon um boneco japonês concorrente directo do americano snoopy
estas são tão parecidas que eu nem sei quem é quem ... uma é a Natalie Portman e a outra Keira Kignhtley... ah as duas são actrizes uma delas entrou nos Piratas das Caraíbas e a outra no Star Wars   
que novinhos e parecidos que são
OHHHHH passado tanto tempo e continuam iguais?? Valha-nos Santa Oprah
 
Um deles parte tudo na bateria dos Red Hot o outro é um talentoso actor e comediante
No comments

pois são

Adicionar legenda
Um deles apresentou recentemente os Oscars
Um é o Batman o outro dá me arrepios
O incrível é que ela é mil vezes mais arrepiante que o Gollum
Qual dos dois o mais rico?
Os dois gostam de sexo à bruta

terça-feira, 15 de março de 2011

Camionistas na vanguarda !!!

No passado dia 12 no Porto tive a oportunidade e o prazer de me envolver na manifestação da “Geração à Rasca”. Foi incrível ver tanto respeito pelo património e pela própria ordem pública.
Precários, menos precários que outros estavam ali a dar a cara por um país e principalmente por um mundo melhor. 80 000 pessoas que estiveram ali conseguiram manifestarem-se sem envolver a violência no assunto. GOSTO !!!
Este tipo de manifestações são cada vez mais uma espécie em vias de extinção,..pessoal já ninguém se manifesta assim. Olhem para a Grécia se aqueles gajos não destruírem mais de três carros patrulha por manifestação é uma derrota assumida, vão todos para casa estudar a conquista da Grécia por parte do império romano como auto-punição.
 Em Portugal não existe isto, o nosso tipo de revolução ou manifs é com flores, há paradas gays com mais violência que o nosso Apocalipse. Contudo existe um grupo de vanguardistas que pretende inserir os lusitanos no mundo das manifestações agressivas: OS CAMIONISTAS.
Os gajos são perigosos, são apenas precisos 30 camionistas e 30 camiões parados no mesmo sítio para que haja apedrejamentos e no mínimo dos mínimos 5 pessoas detidas.
“ O combustível subiu outra vez? Bora reunir 10 marmanjos e apedrejar os carros em cima de um viaduto?” E é assim que o Carregado se torna a zona mais perigosa do país, cada viaduto fica como um nível do Crash Bandicoot, a única diferença é que têm um conjunto de indivíduos parecidos com o Super Mário a lançar-vos pedras.



Fica aqui a minha sugestão:
Senhores empresários de futebol...aqui há talento. Que tal pegarmos nos nosso camionistas e começar a exporta-los para o mundo árabe? Começamos a vender os nossos camionistas para agitar a ordem publica dos país em revoltas. Olhem a Líbia vendíamos 10 ás milícias de populares em troca de petróleo. Os nossos camionistas são bons, são os o que Portugal tem de mais parecido com os Holligans. 








Se bué vem no dicionário.... porque não?

Berlusconada (Bérluz cunáda)

(italiano Berlusconi; português cona)

s.m/ v.

  1. Acto de dar uma festa numa casa de verão com prostitutas menores
  2. Alcançar a satisfação sexual devido à sua influência política ou conta bancária elevada
  3. Presidir
  4. Festejar
  5. Mijar fora do penico