Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 26 de abril de 2011

500 days of summer



Num acto de oportunismo puro decidi ocupar o sofá da minha sala e rever a programação de todos os canais. Quando chego aos canais de cinema, noto que dentro de 20 minutos vai passar 500 days of summer, e recordo uma voz amiga que me diz "tens que ver esse filme" ao que respondo cerca de dois meses depois "vamos lá.

O filme é dirigido com muita destreza pelo estreante em filmes Mark Webb, cuja notoriedade vai ser alcançada com certeza através das futuras sequelas do Homem Aranha.

O filme conta uma história de amor, que desperta quando Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) está em uma em reunião com o seu chefe, Vance (Clark Gregg) é supreendido pela sua nova assistente, Summer Finn (Zooey Deschanel). Tom   impressionado com sua beleza, estabelece para si um prazo de duas semanas para tentar estabelecer um contacto com a sua nova colega.




Sua grande oportunidade surge quando seu melhor amigo o convida a ir a um karaokê, onde os colegas de trabalho costumam ir.

  Tom encontra Summer..

Eles  cantam e conversam, cantam e conversam e voltar a conversar e a cantar sobre  amor, dando início a um relacionamento pouco definido, sem arames nem fios condutores.

Uma das grandes genialidades dos guionistas e do director, foi não contar a história de forma linear. Obrigando o espectador a visitar e revisitar  dias chaves da relação, tentando entender alguns porquês assim como  mostrar as inúmeras  diferenças latentes entre os sentimentos e as ações que envolviam os dois protagonistas.



O filme não se prende a ser apenas uma comédia romântica tradicional. Não força o "final feliz"e a narração  ajuda a dar um clima interessante.

A sintonia entre os dois protagonistas é simultaneamente apaixonante como desoladora


  Este  filme rendeu ainda duas nomeações  nos Globo de Ouro de 201, melhor filme e o de melhor actor de comédia.


No final das contas 500 dias com ela é um filme muito interessante que fala de amor de uma forma diferente e num ritmo diferente. Aproxima o amor tal qual como nós o ouvimos, sentimos e experimentamos.  Conta com uma dupla de protagonistas sensasional , e conta ainda com uma direcção muito segura e em especial com uma banda sonora sensacional. Deve agradar aos fãs de comédias e comédias românticas, assim como fãs de outros géneros, pois o filme foge dos clichês apesar de cair neles, individualiza o amor e mostra como o amor é das coisas mais acutilantes da vida mas mesmo assim necessário.






segunda-feira, 11 de abril de 2011

Segundo andar direito (Sérgio Godinho)

Ele vinte anos, e ela dezoito
e há cinco dias sem trocarem palavra
lembrando as zangas que um só beijo curava
e esta história começa no instante
em que o homem empurra a porta pesada
e entra no quarto onde a mulher está deitada
a dormir de um sono ligeiro

E no quarto, às cegas,
o escuro abraça-o como que a um companheiro
que se conhece pelo tocar e pelo o cheiro
e é o ruído que o chão faz que lhe traz
o gosto ao quarto depois de uma ruptura
faz-lhe sentir que entre os dois algo ainda dura
dos dias em que um beijo bastava

E agora, da cama
vem uma voz que diz sussurrando: És tu?
e a luz acende-se sobre um braço nu
e a mulher pergunta: A que vens agora?
é que não sei se reparaste na hora
deixa dormir quem quer dormir, vai-te embora
amanhã tenho de ir trabalhar

Não fales, que o bébé ainda acorda
não grites, que o vizinho ainda acorda
e não me olhes, que o amor ainda acorda
deixa-o dormir, o nosso amor, um bocadinho mais
deixa-o dormir, que viveu dias tão brutais

E o homem de pé
parece um rapazinho a ver se compreende
e grita e diz que ele também não se vende
que quer a paz mas de outra maneira
e nem que essa noite fosse a derradeira
veio afirmar quer ela queira ou não queira
que os dois ainda têm muito que aprender
Se temos?! diz ela
mas o problema não é só de aprender
é saber a partir daí que fazer
e o homem diz: Que queres que eu responda?
Não estamos no mesmo comprimento de onda?
Tu a mandares-me esse sorriso à Gioconda
e eu com ar de filme americano

Somos tão novos, diz o homem
e agora é a vez de a mulher se impacientar
essa frase já começa a tresandar
é que não é só uma questão de idade
o amor não é o bilhete de identidade
é eu ou tu, seja quem for, ter vontade
de mudar ou deixar mudar

Não fales,?

E assim se ouviu
pela noite fora os dois amantes falar
e o que não vi só tive que imaginar
é preciso explicar que sou eu o vizinho
e à noite vivo neste quarto sozinho
corpo cansado e cabeça em desalinho
e o prédio inteiro nos meus ouvidos

Veio a manhã e diziam
telefona ao teu patrão, diz que hoje não vais
que viveste uns dias assim tão brutais
e que precisas de convalescença
sei lá, inventa qualquer coisa, uma doença
mete um atestado ou pede licença
sem prazo nem vencimento, se preciso for 


(Espero que não seja preciso, porque não
sei como é que eles vão viver sem os dois salários?)


Vá fala, que o bebé está acordado
o vizinho deve estar já acordado
e o amor, pronto, também está acordado
mas tem cuidado, trata-o bem
muito bem, de mansinho
que ainda agora vai pisar outro caminho.


quarta-feira, 30 de março de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

(sem nome)

"Tu trabalhas aqui?

- Toda gente tem que trabalhar, não é? Eu arranjei um bom trabalho, passeio e conheço pessoas novas. Quem quer bons trabalhos arranja-os, não é?

- E como arranjaste este trabalho?

- Foi fácil. Foste tu, o cenário é teu e eu faço parte dele

- Eu?

- Ainda não percebeste,o que estás aqui a fazer e como vieste aqui parar?

- Não, nem por isso.

- Não vou estragar isso então. Deixo isso o genérico final, juntamente com uma banda sonora especialmente temperada com muitas lágrimas de despedida. O próximo vai ser muito divertido... o homem que sabe tudo, desafio-te acabar as frases com ele, é uma batalha perdida.

- É mal disposto?

-Não sei se percebi essa tua associação mas não, nada disso, muito pelo contrário é muito divertido.  Imagina o que é  falar com um espelho. Antes de acrescentares uma vírgula à ideia já sabes como será o ponto final. Não há improvisos.... a fala secou e mente gelou. 

- Porquê?

- Porque ele simplesmente sabe tudo.

Calei-me, percebi que não iria saber muito mais pelo bola de pelo. Sabe tudo….já vamos testar isso. Ninguém pode saber tudo. Quem é que consegue olhar para si e definir-se com um total rigor? Nem com ajuda de um compasso podemos definir com rigor aquilo que está na nossa periferia.  

E lá estávamos nós, regados com o luar à procura do tal sabichão. A fome apertava...sabíamos que tínhamos os passos contados, eventualmente a fome iria acabar com a nossa a marcha. Subimos a uma árvore e pedimos emprestadas umas maças enquanto apelávamos a entidades superiores o requinte de uma bela refeição. Contudo as preces não foram ouvidas, perderam-se pelo caminho e assumimos derrota... lá terá que ser o fruto do pecado. E com esta resignação contraiamos quase dois mil anos de saberes... o fruto proibido nem sempre é o mais apetecido. Descansamos abraçados por uma fogueira, ali plantada pela imaginação. O Gomo adormeceu assim que paramos, fiquei na minha companhia... e como o sono tardava em aparecer decidi convidar as dúvidas do momento e apresenta-las à excitação do dia para passarmos uma bela soirée improvisada .

Quem seria esse tal homem? Será que ele sabe mesmo tudo? Mas tudo? Tudo de quê? De história? De matemática? De quê?

Foi então, que uma mão pôs um súbito término a toda a minha actividade mental.
-Olá

-Quem és tu? O que queres?-respondi assustado.

-Calma. Está tudo bem.

- Tu és…

- Sim, sou eu.

- Então tu é que …

- Sei tudo, sim é verdade. Isto algum dia tinha que começar, eu simplesmente fiz o possível para isso.

- Não me deixas…

- Acabar as frases, é um vício antigo, desculpa.

Era incrível, mas não preciso de falar mais, eu sabia quem ela era. Debrucei-me então na resposta…
- Tu és mesmo...

- O fruto proibido nem sempre é o mais apetecido.

- Um espelho... tu existes.

- Escolhi a maça mas podia ser uma banana ou uma pêra.

- Sim é verdade,eu existo com ou mais força, sem fé com pouca fé ou com sacrifício, sou eu.
 Só existo porque tu existes, a tua vida prolonga a minha eternidade. No dia em que eu acabar deixará de existir a palavra eternidade nos dicionários, não fará sentido será uma...
- Hipocrisia pegada.

- Sim, uma hipocrisia pegada, o fim do mundo. 

- És mesmo um espelho.

- E já te vi espremer muita borbulha nele. "


Foi a primeia história que contei alguém, comecei a escrever isto paí com 14 anos e acabei por volta dos 18.
Pode ser lida na edição deste mês da revista 365.

É a minha segundo texto publicado ehehe.

Estou aberto a possíveis títulos





IMDb à portuguesa

E se Hollywood fosse já li na Serra de Valongo

E se os Oscars fossem já ali no Coliseu dos Recreios

Era incrível, não era? A principal industria cinematográfica é portuguesa. Todos os blockbusters eram protagonizados e realizados pelo o povo lusitano.

Eis o que veríamos no IMDb:

O Cavaleiro das Trevas (2008)

Batman, Gordon e Harvey Dent são forçados a lidar com o caos desencadeado por uma mente anarquista conhecida apenas como o Joker, em cada desafio é testado os seus limites.




Ivo Canelas:
Batman/Bruce Wayne










Paulo Pires:
Harvey Dent










Diogo Morgado:
Joker










Ruy de Carvalho:
Alfred








 Soraia Chaves:
Rachel







Joaquim Monchique:
Lucius Fox








Fernando Mendes:
Gordon










Gotham City seria o Entroncamento